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Aula 3: O Milagre que Abriu Portas para a Pregação – Atos 3:1–10 – Série Atos: A Revolução do Evangelho – Quando a Igreja Muda o Mundo

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INTRODUÇÃO

O livro de Atos revela uma Igreja em movimento, cheia do Espírito e comprometida com a missão. Em Atos 3, Pedro e João sobem ao templo para orar — um gesto comum, mas que se tornaria o palco de algo extraordinário. À porta chamada Formosa, encontram um homem coxo de nascimento, acostumado a pedir esmolas.  O que parecia um encontro casual se transforma em um milagre poderoso que atrai a atenção da multidão e abre espaço para a pregação do evangelho.

O milagre não foi o fim, mas o início de uma oportunidade. O poder de Jesus curou o corpo, mas a Palavra curou as almas.

✝️ PARTE 1 — O Encontro com a Necessidade Humana – 3:1–3

Pedro e João subiam ao templo na hora nona — o momento tradicional da oração vespertina, por volta das 15h —, mas Deus os conduzia a um encontro divinamente agendado. Enquanto a rotina religiosa os chamava para dentro das paredes sagradas, o Espírito os orientava para algo maior: um homem coxo, colocado diariamente à Porta Formosa, símbolo de uma humanidade limitada, à beira do sagrado, mas impedida de entrar por causa de sua condição física — conforme as leis do Antigo Testamento (Lv 21:18–23). Ele era aleijado desde o ventre de sua mãe (chōlos ek koilias mētros autou), o que torna o milagre não apenas uma cura, mas uma restauração completa, quase uma nova criação.

A Igreja é chamada a ver além da rotina religiosa e enxergar pessoas — não como obstáculos ou inconvenientes, mas como imagens de Deus à espera de um encontro. Pedro e João não ignoraram a dor. Antes de qualquer palavra ou gesto de poder, eles olharam. O termo grego atenisantes (ἀτενίσας) revela um olhar fixo, intencional, carregado de discernimento espiritual — não por curiosidade, mas por compaixão. É nesse momento que o discipulado verdadeiro se revela: não em rituais perfeitos, mas em empatia encarnada. O Reino de Deus, afinal, começa onde o olhar encontra a dor.

Esse episódio em Atos 3:1–3 marca uma transição teológica poderosa: o evangelho rompe os limites do templo e se manifesta em compaixão ativa. Enquanto muitos entravam para orar, Deus escolheu agir do lado de fora — com um homem que jamais poderia cruzar aquela porta gloriosa, descrita por Flávio Josefo como monumental em beleza e grandiosidade. Pedro e João, representantes da nova comunidade do Espírito, não se contentaram com o culto; levaram Cristo até quem não podia entrar. Assim como o bom samaritano em Lucas 10:33–34 — que viu, compadeceu-se e cuidou —, eles demonstraram que a fé não ignora o sofrimento; aproxima-se, escuta e se envolve.

Quantas vezes passamos por pessoas à “porta Formosa” da nossa vida? Talvez hoje você também esteja diante de alguém que pede mais do que dinheiro: pede um olhar, uma palavra, um gesto. A verdadeira hospitalidade, segundo Henri Nouwen, é “criar um espaço onde o outro pode se tornar plenamente humano”. E isso começa com um simples, mas profundo, ato: pare e olhe. Deixe que Deus use seus olhos, suas mãos e seu tempo. A missão não espera o templo ideal — ela acontece onde há necessidade. O discipulado se concretiza quando o amor se transforma em ação — e o milagre começa com empatia antes de qualquer manifestação de poder.

✝️ PARTE 2 — O Poder que Está no Nome de Jesus – 3:4–8

Pedro não oferece o que não tem; ele oferece o que tem de mais precioso — o nome de Jesus. Diante do mendigo coxo à Porta Formosa, ele declara com simplicidade e autoridade: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (At 3:6). Aqui está o centro da mensagem: o poder não está em nós, mas em Cristo. Esse gesto — logo após o Pentecostes — marca um momento decisivo: a Igreja compreende que sua missão não depende de riquezas, status ou estrutura religiosa, mas da presença viva de Cristo ressuscitado, operando em seu meio.

O nome de Jesus não é uma fórmula mágica, mas a expressão viva de Sua autoridade, pessoa e presença ativa. Na tradição bíblica, invocar um nome não é repetir palavras vazias — é reconhecer quem está por trás delas. A preposição grega en (“em”) em “em nome de Jesus” indica instrumentalidade e mandato divino: Pedro age não por seu próprio poder, mas com a autoridade delegada pelo Ressuscitado. O termo ónoma (nome) carrega peso teológico — assim como o nome de Deus no Antigo Testamento revela Sua natureza (Êx 34:5–7), o nome de Jesus é exaltado acima de todo nome (Fp 2:9–11), tornando-se o ponto focal do novo tempo do Reino.

Por isso, o milagre é imediato, completo e transformador. O homem não apenas anda — ele salta e louva a Deus. O verbo grego exalēs (“saltar”) é raro no Novo Testamento e ecoa Isaías 35:6, ligando esse gesto à promessa messiânica: “os coxos saltarão como cervos”. Trata-se de uma restauração integral, que vai além do físico e toca a identidade, a dignidade e a adoração. O milagre aponta para a cura espiritual que o Evangelho oferece: Jesus não apenas alivia sintomas — Ele recria vidas.

E essa realidade ecoou além do primeiro século. No século II, o apologista Justino Mártir testemunhou que os cristãos “curavam os doentes em nome de Jesus”, não por encantamentos, mas pela autoridade do Filho de Deus. Como observa N.T. Wright, quando os primeiros crentes diziam “em nome de Jesus”, estavam declarando que a verdadeira autoridade do mundo agora pertencia a Cristo — e não a César, templos ou tradições religiosas vazias.

Hoje, muitos ainda buscam “prata e ouro” — recursos, métodos, influência — como se fossem esses os motores da transformação. Mas o mundo anseia por algo mais profundo: encontros reais com o poder do nome de Jesus. Marcos 16:17 lembra que sinais acompanham os que crêem “em meu nome”, e Filipenses 2:10 afirma que “ao nome de Jesus se dobrará todo joelho”. Onde o nome de Jesus é invocado com fé, há cura, restauração e vida nova.

Então, pare de depender do que você tem… e comece a confiar no que Ele é. Diante de qualquer necessidade — em sua casa, seu coração ou sua cidade — não pergunte “o que posso dar?”, mas declare com fé: “Em nome de Jesus, levanta-te e anda.” Não é sobre você. É sobre o Nome. E Ele ainda transforma coxos em adoradores que saltam.

✝️ PARTE 3 — O Milagre que Abre Portas para a Missão – 3:9–11

O resultado do milagre não é apenas alegria — é testemunho público. O homem curado não se cala nem se esconde; ele entra no templo andando, saltando e louvando a Deus, e sua alegria se torna o primeiro sermão daquela tarde. O que antes era fraqueza agora é mensagem viva. O povo o reconhece e, admirado, corre até Pedro e João, reunindo-se no Pórtico de Salomão — o mesmo local onde mestres ensinavam. Aquele espaço, agora, é transformado em púlpito do Evangelho.

Pedro, consciente do que Deus estava fazendo, não permite que a atenção se volte para si. Ele pergunta: “Por que olhais para nós, como se por nosso próprio poder ou piedade o tivéssemos feito andar?” (At 3:12). Em vez de buscar glória, ele desvia os olhos do povo para Cristo, o verdadeiro autor do milagre. Assim, a cura física se torna porta aberta para a proclamação espiritual. O poder de Deus não se manifesta para exaltar homens, mas para atrair corações a Jesus.

A cena é teologicamente rica: o verbo usado por Lucas para “admirar-se” (ekplēsei) indica espanto que conduz à fé. O milagre age como uma chave missionária — abre a mente e o coração para o testemunho. É o que vemos também em João 9:25, quando o ex-cego resume seu testemunho com simplicidade e poder: “Eu era cego e agora vejo.” A fé autêntica não precisa de retórica; ela fala por meio da transformação visível.

Historicamente, até os críticos reconheceram isso. O filósofo pagão Celso, no século II, acusava os cristãos de “atrair multidões com sinais”, mas, involuntariamente, confirmava o impacto dos milagres como porta de entrada para a fé. Como afirmou William J. Abraham, “quando Deus age, Ele não apenas cura corpos — Ele cria oportunidades para que o Evangelho seja ouvido.”

O homem que antes era carregado agora carrega a mensagem. Ele não possui teologia formal, mas possui um testemunho que ninguém pode refutar. Seu salto é sua pregação; sua alegria é seu altar. É o que o teólogo Lesslie Newbigin descreve: “A Igreja não é uma comunidade de perfeitos, mas um lugar onde as vidas quebradas tornam visível o poder de Deus.

Talvez a pergunta que reste seja: o que em sua vida tem sido tão transformado por Jesus que outras pessoas não conseguem ignorar? O mesmo Cristo que levantou aquele homem ainda levanta hoje — não apenas corpos, mas destinos. Quando a Igreja age com compaixão e fé, o mundo vê algo que não pode ser explicado — apenas adorado.

👉 Pare de buscar glória; seja um espelho da graça. O milagre que Deus realiza em você não é o fim — é a porta aberta para a missão.

CONCLUSÃO

O milagre à porta Formosa nos lembra que Deus continua agindo através de pessoas comuns, quando elas se dispõem a servir em nome de Jesus.
Pedro e João não tinham riquezas, mas tinham a presença do Cristo vivo.
O que o mundo mais precisa hoje não são templos formosos, mas discípulos cheios do Espírito e movidos pela compaixão.

O nome de Jesus ainda tem poder — para curar feridas, restaurar vidas e abrir corações. Quando a Igreja anda em obediência e amor, o mesmo poder que agiu em Jerusalém age também entre nós.

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SOBRE O AUTOR:
Josias Moura de Menezes

Possui formação em Teologia,  Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Licenciatura em Matemática. É especialista em Marketing Digital, Produção de Conteúdo Digital para Internet, Tecnologias de Aprendizagem a Distância, Inteligência Artificial e Jornalismo Digital, além de ser Mestre em Teologia. Dedica-se à ministração de cursos de capacitação profissional e treinamentos online em diversas áreas. Para mais informações sobre o autor veja: 🔗Currículo – Professor Josias Moura

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